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INICIATIVAS PARA MELHORIA NO CONTATO RODA-TRILHO NA VLI
14:00 até 14:40
14/09/16

Sala 5

Descrição: A VLI é uma ferrovia cujas características geométricas de sua malha influenciam bastante na performance do trem. A predominância de curvas, aliada à rigidez dos truques adotados na maior parte da frota, tem contribuído para a intensificação do desgaste de trilhos e rodas. Além disso, os trens muitas vezes são operados em velocidade inferior àquela projetada para a via, tornando o dimensionamento das superelevações de curvas um desafio. Para mapear as causas efetivas e conter o avanço destes efeitos, um grupo multidisciplinar foi estabelecido. Especialistas das áreas de Engenharia Ferroviária VLI (via permanente, material rodante e operação) destacaram os principais itens influentes no contato roda-trilho para aprofundamento do estudo. Os primeiros resultados estão relacionados às melhorias de projetos em vagões. Em parceria com o fornecedor, foram estudadas as influências da adoção de truque de alta performance em novos vagões. Simulações de operação de trens indicaram uma possibilidade de redução do consumo específico de combustível da ordem de 11% com a adoção destes truques. Outros benefícios percebidos por simulação foi a extensão da vida útil da roda e do trilho da ordem de 3 a 4 vezes, quando comparada à condição atual. Para comprovar os resultados e benefícios encontrados nos estudos e simulações dinâmicas virtuais um vagão protótipo foi desenvolvido para os testes em campo. Como alternativa mais econômica, também está sendo estudada a possibilidade de retrofit de truques existentes, isto é, reforma de alguns componentes e modificações dimensionais dos truques atuais (Ride Control) de forma a proporcionar-lhes características de truques de alta performance. Com relação à superelevação, estudos conduzidos por consultoria externa indicaram que todas as forças atuantes na via são diminuídas quando os trens são operados próximo da velocidade de balanço da via. De maneira geral, o que se percebe na prática é que os trens da VLI estão sendo operados muito abaixo desta velocidade de balanço e as causas são diversas. Existem casos de problema de concepção dos modelos de trens, que são dimensionados para a máxima capacidade tratora das locomotivas na rampa crítica, de manutenção de via, que por ocorrência de restrições pontuais impossibilitam a utilização de rampas de impulso, ou ainda de projeto de via permanente, cujo dimensionamento prevê uma velocidade incompatível com a prática. Diante disso, a VLI reavaliou a metodologia do cálculo de superelevação e propôs um novo método, visando melhor dinâmica trem-via. Uma das frentes para otimizar o contato roda-trilho é a implantação do esmerilhamento de trilhos. Para a comprovação dos benefícios foi montado um local de teste, que vem sendo monitorado com um equipamento de medição de perfil (Miniprof rail). A intenção é comparar a evolução do desgaste dos trilhos esmerilhados versus não esmerilhados. Resultados preliminares mostram que a vida útil dos trilhos esmerilhados pode ser aumentada em mais de 20% em relação aos trilhos não esmerilhados. Outra frente é a implantação da gestão do atrito. Estudos bibliográficos sinalizaram diversos benefícios com a implantação de Top of Rail – TOR e lubrificação lateral de trilho com unidades fixas. Para o ano de 2016, a VLI pretende instalar um test site para a coleta de dados e comprovação dos ganhos em redução de desgaste de trilho, redução do L/V, entre outros benefícios. Estas são algumas das iniciativas da VLI com intuito de colher resultados sustentáveis para a manutenção ferroviária, visando otimização do contato roda-trilho e melhor dinâmica trem-via. Acreditamos que a divulgação de estudos como estes contribuem para a mudança de patamar das manutenções ferroviárias no Brasil.

 

AUTORA: Bárbara Chaves Barboza Hyppolito.

T15-Barbara-Chaves.pdf

T15-Bárbara-Chaves-artigo.pdf