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EDIÇÃO 410, DE 1 A 15 DE JUNHO DE 2018

 
PRESENÇA INTERNACIONAL

Atuação da AEAMESP em favor do desenvolvimento metroferroviário foi tema do encontro Metro Latin America 2018, em Medellín, Colômbia

Entre os dias 6 e 8 de junho, aconteceu na cidade de Medellín, capital do Departamento de Antioquia, Colômbia, a edição de 2018 do encontro Metro Latin America, evento preparado pela organização Metro Americas e que reuniu lideranças e especialistas do transporte sobre trilhos. Ao todo, estiveram presentes mais de 160 tomadores de decisões do setor metroferroviário, entre organizações privadas e públicas.

No decorrer dos três dias de agenda, foram debatidas estratégias para expansão de linhas, planos de investimento e também o atual cenário latino do setor. O Brasil esteve presente na conferência por meio do Metro Rio, Metro Barra, CCR e também pela AEAMESP.

Fábio Juvenal Ferreira em sua exposição no encontro Metro Latin America 2019

O diretor adjunto de Relações Internacionais da AEAMESP, Fábio Juvenal Ferreira, falou aos participantes no segundo dia de evento. Ele fez  um comparativo entre os sistemas metroferroviários dos principais centros urbanos brasileiros e estrangeiros, mostrando como a AEAMESP tem atuado para melhorar o cenário para o setor no Brasil. Ele também divulgou a 24ª Semana de Tecnologia Metroferroviária, que ocorrerá na cidade de São Paulo entre os dias 21 e 24 de agosto de 2018, convidando autoridades e especialistas presente ao Metro Latin America a participarem também do congresso anual da AEAMESP.

Retornos positivos. “Como um balanço geral, já podemos dizer que tivemos retornos positivos da experiência no Metro Latin America”, disse Fábio Juvenal Ferreira, acrescentando que a Associação de Engenheiros e Arquitetos do Departamento da Antioquia, cuja atuação na Colômbia é muito semelhante à da AEAMESP no Brasil, propôs a criação de um convênio entre as duas entidades, assunto que será encaminhado nos próximos dias.

Ele informou ainda que algumas das instituições brasileiras que estiveram presentes já demonstraram interesse pelo programa Empresa Parceira, que a AEAMESP vem desenvolvendo há alguns meses. “Essas duas novidades, com certeza, permitirão somarmos nossas forças e estratégias para que a América Latina se torne referência no transporte sobre trilhos”, concluiu.

Françoise Méteyer-Zeldine durante sua exposição na sede da AEAMESP

MOBILIDADE URBANA – I

Uma exposição sobre a governança dos transportes em áreas metropolitanas na França

Françoise Méteyer-Zeldine

Em sessão que teve como mediador o arquiteto e urbanista Renato Viegas, a conselheira de Desenvolvimento Sustentável da Embaixada da França no Brasil, Françoise Méteyer-Zeldine, fez, em 12 de junho de 2018, na sede da AEAMESP, para um público de 60 especialistas majoritariamente do setor metroferroviário,  uma exposição sobre o tema A governança dos transportes em áreas metropolitanas na França.

Ela forneceu inicialmente alguns números atuais referentes à França, revelando um país com 67 milhões de habitantes, 35.411 municípios, 13 regiões administrativas e 330 autoridades organizadoras da mobilidade, conhecidas pela sigla AOM.

Renato Viegas

Disse que a estruturação da governança do sistema está apoiada sobre quatro pilares: o âmbito territorial da mobilidade, a autoridade organizadora da mobilidade (AOM), um plano de mobilidade urbana (PDU), esta, sigla derivada da denominação Planos de Deslocamento Urbano, e, por fim, uma sistemática de financiamento que não depende tanto da tarifa.

A conselheira explicou que os planos de mobilidade urbana (PDU) têm 36 anos, tendo sido  criados pela Lei de Orientação dos Transportes Interiores (LOTI), em 1982, e só foram se desenvolver realmente a partir da Lei sobre o Ar, de 1996, que os tornou obrigatórios nas aglomerações urbanas com mais de 100 mil habitantes. 

AUTORIDADES ORGANIZADORAS DA MOBILIDADES (AOM)

Françoise Méteyer-Zeldine informou que as autoridades organizadoras da mobilidade (AOM) cobrem 72% do território nacional. E que essa instituição é basicamente igual em todo o país, exceto no que diz respeito à região parisiense.

Explicou que  as AOM são entidades compostas pelos prefeitos e vereadores designados pelos diferentes município localizado no âmbito territorial em que a autoridade atua. Cada município delega à AOM a sua competência quanto aos transportes urbanos.

A constituição de uma AOM pode ser obrigatória, caso das metrópoles e comunidades urbanas mais populosas, ou voluntária, situação correspondente às comunidades de municípios de menos de 100 mil habitantes ou cidades isoladas.

As AOM com competências e missões obrigatórias têm a responsabilidade de organizar os serviços de transportes públicos de passageiros, promover o desenvolvimento dos modos de transporte não motorizados e do uso
compartilhado de veículos motorizados. Devem estruturar uma conta mobilidade, que corresponde a uma ferramenta capaz de mostrar as praticas de mobilidade e suas respectivas despesas para os usuários e a coletividade. Devem ainda estruturar  um serviço para informar os usuários .

Por sua vez, as AOM com missões facultativas (voluntarias) cabe promover a organização do transporte para atendimento da demanda, estruturar um serviço de logística urbana, organizar serviços e promover ações de compartilhamento de veículos e, ainda, desenvolver ações visando a incentivar as caronas (tipo Blablacar), bem como organizar de um serviço publico de aluguel de bicicletas.

A AOM elabora o PDU, considerando um processo de trabalho compartilhado com todos os atores do território: representantes das empresas, dos usuários dos transportes, das associações de pessoas com mobilidade reduzida, das associações de meio ambiente etc., e das autoridades locais, regionais e nacional. Tal processo avança com quatro etapas básicas: estudos prévios, diagnóstico, cenários e projeto.

O PDU é entendido como uma ferramenta para a planificação. E deve dar conta de uma emergência: diminuir o trânsito automóveis, além de promover uma melhor articulação entre transporte e urbanismo, estruturar o compartilhamento do espaço entre todos os modos, favorecer a intermodalidade e a hierarquização dos modos, e propor estacionamentos “inteligentes”.

FINANCIAMENTO

Françoise Méteyer-Zeldine mostrou que o financiamento é crucial e que a França adota um sistema no qual, ao lado da contribuição do governo central, das comunidades locais e do que se pode auferir com receitas comerciais relativas ao transporte, o Versement Transport (ou simplesmente VT) é elemento chave para subsidiar os sistemas de transporte público urbano.

O VT é uma contribuição devida por empregadores privados ou públicos, de qualquer natureza ou forma jurídica, em uma determinada área territorial de incidência, que empreguem pelo menos onze trabalhadores; o valor auferido é destinado ao financiamento de investimentos e da operação do transporte público.

A conselheira mostrou um quadro com a distribuição dos valores por esses quatro tipos de fontes de financiamento em uma série de anos na primeira década deste século. Os dados de 2010 permitem exemplificar como essa distribuição acontece; dos valores totais, 1,47% foram fornecidos pelo governo central; 30% pelas coletividades locais; 48,32%, pelo Versement Transport, e 20,11% foram obtidos como receitas comerciais.

Veja arquivo PDF com a apresentação

MOBILIDADE URBANA – II

Professor Fernando Nunes da Silva, da Universidade de Lisboa, falou na AEAMESP sobre os dilemas e o papel das redes de metrô na política de mobilidade urbana

Professor e doutor Fernando Nunes da Silva

Na tarde de 29 de maio de 2018, na sede da AEAMESP, o professor e doutor Fernando Nunes da Silva, da Universidade de Lisboa, proferiu a palestra intitulada Dilemas e papel das redes de metrô na política de mobilidade urbana. A sessão teve a moderação da arquiteta e urbanista Bárbara R. C. Vicalvi, vice-presidente da AEAMESP.

Oito décadas de história. O professor Fernando Nunes da Silva apresentou a história da implantação do metrô de Lisboa desde a década de 1940 até os dias de hoje, de maneira bastante detalhada. Ele também explicou em linhas gerais como se deu  a interface do metrô com o desenvolvimento dos demais meios de transporte da cidade.

A apresentação não se restringiu somente às questões técnicas, mas também abordou os aspectos políticos e a execução dos Planos Estratégicos de 1974 e 2009. E abordou os aspectos principais do Plano de Acessibilidade de Pedestres referente ao acesso aos bairros históricos e turísticos de Lisboa por meio de elevadores, escadas rolantes, funiculares, entre outros equipamentos.

Atualmente, o Metrô de Lisboa conta com uma malha de 44,2 quilômetros de extensão, com quatro linhas e atende a 162 milhões de passageiros (dados de 2017).

Após a apresentação do professor, houve uma sessão de perguntas e respostas onde, entre os assuntos debatidos, foi comentado o desafio da integração da gestão na Governança Metropolitana de Lisboa.

TECNOLOGIA E SEGURANÇA

Metrô-SP realiza Audiência Pública para aquisição e instalação de portas de plataforma nas Linhas 1, 2 e 3

O Metrô de São Paulo realizou na manhã de 6 de junho de 2018, no Instituto de Engenharia, em São Paulo/SP, audiência pública a respeito da aquisição e instalação de portas de plataforma nas estações de maior demanda das linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha.

Portas de plataforma na estação Oscar Freire, Linha 4 – Amarela. Foto: Governo do Estado de São Paulo

A audiência pública é uma etapa integrante do processo de licitação, na modalidade concorrência internacional, visando permitir que os interessados tenham acesso às informações pertinentes, além de poderem se manifestar, contribuindo com a elaboração do edital. As portas de plataforma podem ser definidas como divisórias de vidro que
separam a plataforma dos trilhos. O equipamento impede o acesso dos
usuários à via e evitam queda de objetos nos trilhos e,
consequentemente, as interrupções nas viagens.

A decisão de instalar portas de plataforma completa o processo de atualização tecnológica das Linhas 1, 2 e 3, dotando-as de condições semelhantes ao que há de mais avançado em tecnologia metroferroviária, lembrando que estas linhas já contam com frota renovada, novo sistema de sinalização (CBTC já instalado na Linha 2 e em andamento nas Linhas 1 e 3) e novo sistema  de comunicações em instalação.

ASPECTOS DO CONTRATO

O site Mobilize informou que a Companhia do Metropolitano prevê a instalação de 88 sistemas de portas em 36 das estações mais movimentadas da Linhas 1-Azul, Linha 2-Verde e Linha 3-Vermelha. Os pontos de parada com apenas uma plataforma (esquerda e direita), caso da estação Conceição, terão dois conjuntos, um de cada lado. E as estações com integração, como Paraíso e República, terão quatro. A Sé ganhará oito portas. A presente licitação não abrange estações movimentadas como Jabaquara, Tucuruvi (Linha 1 – Azul), Corinthians-Itaquera e Barra Funda (Linha 3 – Vermelha).

Ainda de acordo com o site Mobilize, a expectativa é de que a licitação seja lançada em julho ou avance pelo segundo semestre e o contrato seja assinado no começo do ano de 2019. O vencedor terá 56 meses – quatro anos e meio – para instalar as portas e implantar simulador de testes e centro de monitoramento. Ou seja, nessa perspectiva, o trabalho seria concluído por volta do final de 2023.

PONTO DE VISTA – I

O significado das ferrovias para a economia de um país

Rafael Barros Pinto

Em artigo publicado na seção Opinião, no site da AEAMESP, o engenheiro Rafael Barros Pinto de Souza pergunta de que forma as ferrovias participam da economia de um país e relaciona motivos pelos quais é preciso repensar a como cada país trata o modal ferroviário e a  presença de profissionais qualificados nesse processo.

Acesse o artigo

PONTO DE VISTA – II

Considerar e estudar o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT)

Fábio de Carvalho Macedo

É de autoria do engenheiro Fábio de Carvalho Macedo o  artigo intitulado A importância do Veículo Leve sobre Trilhos, disponível na seção Opinião, no site da AEAMESP. Nesse texto, ele faz uma série de observações a respeito d do VLT, destacando sua importância como alternativa  de transporte para as cidades, em especial quando devidamente considerada e estudada a relação custo x benefício que é capaz de proporcionar.

Acesse o artigo

PONTO DE VISTA – III

Frederico Bussinger

Sobre as shortlines

A seção Opinião, no site da AEAMESP, apresenta ainda o texto Shortlines no contexto das reformas ferroviárias americanas, de autoria do engenheiro e economista Frederico Bussinger. Ele explica que se trata do primeiro de uma série de artigos que produziu com base em informações colhidas em visitas técnicas a shortlines norte-americanas e reuniões com órgãos e entidades do setor, na primeira semana de junho de 2018. Ele acrescenta que, para aprofundamentos dos que se interessam, o artigo incluiu links para páginas acessáveis na Internet.

Tema será debatido em agosto. É importante ainda lembrar que o tema das shortlines será debatido no 2º Seminario de Infraestrutura Ferrovoviária, que integra a programação geral da 24ª Semana de Tecnologia Metroferroviária, que ocorrerá na cidade de São Paulo entre os dias 21 e 24 de agosto de 2018.

Acesse o artigo

NA IMPRENSA – LOGÍSTICA

Guilherme Quintella

Desperdício do Brasil em logística alcança a casa de R$ 100 bilhões

Em entrevista ao jornal Estado de Minas,  Guilherme Quintella, membro da União Internacional de Ferrovias (UIC) e diretor da Estação da Luz Participações (EDLP), afirma que o Brasil precisa de mais planejamento para superar desperdício de R$ 100 bilhões em logística. 

Veja a entrevista

NA IMPRENSA – CRÔNICA SOBRE OS TRILHOS

Um texto da colunista Bruna Toni: ‘Amor sobre trilhos’

O jornal O Estado de S. Paulo publicou em 5 de julho de 2018, na seção Viajar é Uma História, o texto Amor sobre trilhos, de Bruna Toni, em que ela realça o prazer de ver o metrô como ponto turístico da cidade. Veja o texto

NA IMPRENSA – EXPANSÃO

Boletim da UITP/DAL trata da expansão da rede metroferroviária na América Latina

A edição de junho 2018 do boletim eletrônico da União Internacional de Transportes Públicos, Divisão América Latina (UITP/DAL), trata da expansão da rede metroferroviária na região, considerando inaugurações na Linha 15 – Prata e novas estações na Linha 4 – Amarela e na Linha 5 – Lilás, e inaugurações nos metrôs de Buenos Aires, Argentina; Monterrey, México e Santiago, no Chile.

NA IMPRENSA – MOBILIDADE URBANA

Disponível para leitura a edição virtual do Anuário do Ônibus e da Mobilidade Urbana 2018, da Editora OTM, que inclui matéria sobre a expansão metroferroviária no país

Esta disponível para livre leitura no portal da OTM Editora a edição de 2018 do Anuário do Ônibus e da Mobilidade Urbana, com 202 páginas. Expansão metroferroviária. Um dos destaques é a matéria intitulada As perspectivas de expansão metroferroviária, em que o presidente da AEAMESP, engenheiro Pedro Machado, é um dos entrevistados pela jornalista Gilmara Santos. Trânsito. O Anuário traz também uma entrevista com o presidente da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), Ailton Brasiliense Pires, em que ele ressalta que o Código de Trânsito Brasileiro não precisa ser revisado, bastando que os governantes façam sua parte, cumprindo seus dispositivos. Retração de demanda no transporte por ônibus. Outro material significativo do Anuário é o levantamento feito na capitais brasileiras, com um retrato da queda de demanda no transporte público por ônibus, em razão da crise, mas também por questões estruturais dos sistemas. Ampliação. Produzido pela OTM Editora há mais de duas décadas, o Anuário do Ônibus e da Mobilidade Urbana ampliou o horizonte de cobertura em 2017, agregando, além de temas específicos sobre o ônibus como produto industrial e serviços, também temas relacionados com outros modos de transporte público urbano e a integração dos sistemas. A publicação tem como editor o jornalista Alexandre Asquini, criador e editor do Boletim AEAMESP.

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