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EDIÇÃO 413, DE 1º A 8 DE AGOSTO DE 2018

 

24ª SEMANA DE TECNOLOGIA METROFERROVIÁRIA
CONFERÊNCIA BOMBARDIER

Semana de Tecnologia Metroferroviária mostra como
Turim e Paris trabalharam integração intermodal das cidades

Conferência Bombardier de Abertura trará os cases da Spina Centrale Torino e Paris Rive Gauche, que integraram metrô e ferrovia naquelas cidades

Como fazer com que dois dos principais meios de transporte de cidades históricas e com grande fluxo de pessoas e turistas centenária e cosmopolita fossem integrados e ainda criassem um novo cenário urbano? Esse era o desafio dos projetos Spina Centrale Torino e Paris Rive Gauche, que integrariam os sistemas de transporte intermodal de Turim e Paris, respectivamente, aos cenários urbanos daquelas cidades, modernizando-os e deixando-os mais atrativos.

A Bombardier apresenta a conferência de abertura da 24ª Semana de Tecnologia Metroferroviária na qual serão trazidos os cases da Italferr, que modificou a cidade italiana, e da Semapa, que transformou um bairro industrial em residencial/urbano. Será no dia 21 de agosto (terça-feira), das 16h às 18h, no Auditório da Unip. A 24ª Semana de Tecnologia Metroferroviária segue até dia 24, na Universidade Paulista (Unip) – Campus Paraíso (Rua Vergueiro, 1.211 – Paraíso).

Veja matéria da revista ACER, de Milão, em italiano, sobre a Spina Centrale de Turim. Trata-se de excerto publicado pela administração pública de Turim. Clique aqui.

O case Spina Centrale  Torino, Metrô e Ferrovia – Restituição dos Espaços da Cidade será mostrado por Marco Stegher, area manager Americas da Italferr (empresa que realizou o projeto), e Marco Gerace, diretor técnico da Geodata (parceira da Italferr em diversos projetos pelo mundo). Já Françoise Méteyer-Zeldine, conselheira de Desenvolvimento Sustentável da Embaixada da França, palestrante em nome da Société d’Etudes, de Maîtrise d’ouvrage et d’Aménagement Parisienne (Semapa – Empresa de Estudos, Gestão de Projetos e Planejamento Parisiense, em tradução do francês), traz o case Paris Rive Gauche: A Transformação de um Território Industrial e Ferroviário em Bairros Urbanos.

No case de Turim, serão mostrados o desafio, objetivos e resultados do projeto, considerado modelo internacional de transformação urbana. O Spina Centrale visava colocar Turim em modernos contextos social e econômico,  tendo como base o transporte intermodal. Tinha como foco central e maior desafio transformar a cidade para os Jogos Olímpicos de Inverno de 2006, que aconteceria lá. A base era um novo plano urbano (PGR), aprovado em 1995 para isso. O maior desafio era criar conexões intermodais em conjunto com espaços urbanos que surgiriam, com amplos benefícios à cidade, seus moradores e visitantes. São quase 1,5 mil quilômetros de trilhos, que foram rebaixados, criando um moderno conceito de transporte subterrâneo, substituindo as linhas centenárias e introduzindo novos espaços urbanos, que foram aproveitados pela iniciativa privada e poder público. O projeto criou estações locais e ligações com outras cidades, em um projeto moderno e ímpar, restituindo, por meio subterrâneo e integrado ao metrô e à ferrovia, todo o espaço urbano da cidade

Livro virtual em francês e inglês apresenta cinco rotas para visitar Paris Rive Gauche. Clique aqui para a versão em francês. Clique aqui para a versão em inglês.

Em Paris, durante 30 anos, foi desenvolvido projeto de requalificação da margem esquerda do Rio Sena, tradicionalmente dedicada a usos industriais e com forte presença de trilhos – considerando a estação de trens interurbanos de Austerlitz, a Paris Rive Gauche, que se estende a partir da Gare d’Austerlitz, em Ivry-sur-Seine, por 130 hectares, ao longo do Sena. A saída da capital francesa, das fábricas e oficinas, deixou hectares de terrenos que a municipalidade escolheu urbanizar de forma planejada por meio de uma empresa de economia mista, a Semapa. Desenvolveu-se uma verdadeira cidade nova com participação público-privada. Para acabar com a ruptura urbana e dar continuidade ao projeto na margem direita, sempre mais valorizada, a Semapa decidiu cobrir os trilhos da estação Austerlitz criando assim mais espaço para construir e transformando totalmente a percepção das margens do Rio Sena.

A Italferr, responsável pelo projeto de Turim, é uma empresa de origem italiana com mais de 30 anos de atuação local e internacional, com projetos realizados na Itália, Estados Unidos, Peru, Argentina e Brasil.

A Geodata, também italiana, mas com escritórios no Brasil e outros 24 países, é uma empresa de engenharia independente criada em Turim, em 1984, especializada em design underground de trabalho. Marco Stegher é engenheiro sênior de transportes com 17 anos de experiência em projeto e planejamento, especialmente no setor ferroviário em todo o mundo. O também engenheiro Marco Gerace tem mais de 15 anos de experiência em projetos urbanos e planos estratégicos, no Brasil e no exterior.

Já a Semapa é uma empresa pública de desenvolvimento urbano cujas principais atividades são planejamento urbano e gerenciamento de projetos. Realiza estudos urbanos, arquitetônicos, paisagísticos e ambientais para definir e planejar programas; administra a viabilização de terrenos; organiza consultas para a venda dos direitos a serem construídos para promotores públicos ou privados.

SOBRE A 24ª SEMANA DE TECNOLOGIA

Com o tema A Evolução Passa Por Aqui, a 24ª Semana de Tecnologia Metroferroviária será promovida pela Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô (AEAMESP) e acontecerá conjuntamente com a Metroferr Lounge Experience 2018. O evento objetiva alinhar todos os agentes envolvidos para que essa evolução, que se deu no âmbito do atendimento, serviços, tecnologia e desenvolvimento de cidades, seja ampliada para a construção dos próximos 50 anos, o evento valorizará a ação dos agentes do setor, desde a implantação do primeiro sistema de metrô do Brasil, 50 anos atrás, até os dias de hoje. Serão cinco painéis, três seminários e 66 trabalhos técnicos reunidos em oficinas sobre os mais diversos temas.

O público consistirá de presidentes e dirigentes de empresas, engenheiros, arquitetos urbanistas e especialistas das áreas de planejamento e controle, projetos, infraestrutura e obras, logística, compras, planejamento estratégico, engenharia, tecnologia, manutenção, operação e especificação. Também participarão representantes de órgãos públicos do Executivo e do Legislativo, nas esferas federal, estadual e municipal, entidades de classe e de instituições não governamentais de representação autônoma. Conheça a programação no site: semanadetecnologia.com.br/24semana/.

24ª SEMANA DE TECNOLOGIA METROFERROVIÁRIA

O painel internacional da ALAMYS discutirá os esforços em favor dos trilhos pela América Latina e Península Ibérica

O painel internacional da Associação Latino-Americana de Metrôs e Subterrâneos (ALAMYS), programado para o segundo dia dos trabalhos da 24ª Semana de Tecnologia Metroferoviária, discutirá os esforços em favor dos trilhos pela América Latina e Península Ibérica.

Organizada pela AEAMESP, 24ª Semana de Tecnologia Metroferoviária acontecerá de 21 a 24 de agosto de 2018, na Universidade Paulista (UNIP), Campus Paraíso – na Rua Vergueiro 1211, em São Paulo/SP, Brasil (próximo das estações Paraíso e Vergueiro da Linha 1 – Azul do Metrô).

América e Península Ibérica. Neste painel internacional da ALAMYS serão apresentadas experiências de diferentes cidades do continente americano e da Península Ibérica. O foco estará no caminho que os empreendimentos sobre trilhos tiveram até sua concretização, as dificuldades encontradas e superadas, as oportunidades abertas e o estado em se encontram hoje.  

Milton Gioia Júnior, diretor de Operações do Metrô-SP

A sessão será coordenada por Milton Gioia Junior, diretor de Operações da Companhia do Metropolitano de São Paulo, Brasil. Para as apresentações e debates foram convidados três especialistas.

Enrique Lozano, diretor do Projeto da Linha 3 do Metrô de Metrorrey, de Monterrey, México, que abordará o tema Os desafios no desenvolvimento da linha 3 do Metrô de Monterrey. Valentin Lopez, diretor de Soluções, da Alstom, de São Paulo, Brasil, abordará o tema A evolução do sistema de sinalização da Linha A do Metrô de Buenos Aires.

Roland Zamora

Roland Zamora, gerente de Estudos e Negócio de Transporte, do Metro de Santiago, Chile, com o tema O plano de expansão da rede do metrô de Santiago do Chile.

Encontro. Igualmente no dia 22 de agosto de 2018, a partir da 18 horas, no próprio ambiente da 24ª Semana de Tecnologia Metroferoviária, acontecerá a 5ª Reunião de Sócios da ALAMYS, reservada a associados e convidados, que tem entre os itens de pauta a apresentação das Atividades da Associação no período 2017-2018 e as próximas atividades no Brasil.

SOBRE A 24ª SEMANA DE TECNOLOGIA

A página inicial do site da ALAMYS destaca a realização da 24ª Semana de Tecnologia Metroferoviária, organizada pela AEAMESP.

Mostra que o encontro se organiza em torno do tema A Evolução passa por aqui, que consiste em valorizar a ação dos agentes do setor, desde a implantação do primeiro sistema.

E informa que, com o evento, a AEAMESP estará propiciando uma série de outros encontros do setor metroferroviário. Os quatro dias compreenderão os seguintes eventos: Metroferr Lounge Experience, organizado pela própria AEAMESP; solenidade de entrega do 5º Prêmio Tecnologia e Desenvolvimento Metroferroviários CBTU ANPTrilhos, promovido pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e Associação Nacional de Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos) e 46ª Reunião do GPAA (que trabalha pela cooperação de técnicos na área de manutenção metroferroviária).

Também estarão integrados ao encontro o XII Seminário Metroferroviário, organizado pela Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) e o II Seminário Infraestrutura de Transporte Ferroviário, coordenado pelo pela Associação Brasileira da Indústria Ferroviárias (ABIFER), Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A União Internacional de Transporte Público – Divisão América Latina (DAL/UITP) promoverá  a oficina Melhores Práticas de Mobilidade Urbana – Comunicação & Marketing.

PRÊMIO 

Vencedores do 5º Prêmio Tecnologia & Desenvolvimento Metroferroviários ANPTrilhos-CBTU serão conhecidos no primeiro dia da 24ª Semana de Tecnologia Metroferroviária

Logo após a solenidade de abertura da 24ª Semana de Tecnologia Metroferoviária na tarde de 21 de agosto de 2018, acontecerá a cerimônia de premiação dos vencedores do 5º Prêmio Tecnologia & Desenvolvimento Metroferroviários ANPTrilhos-CBTU, promovido pela Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos) e pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) em parceria com a AEAMESP, que reconhecerá os três melhores trabalhos dos 66 que serão apresentados nas diversas oficinas durante três dias da Semana.

Os artigos técnicos selecionados foram inscritos em três categorias: Categoria 1 – Políticas públicas; planejamento urbano; financiamento (funding); gestão de empreendimentos de transporte; tarifas e custeio do serviço. Categoria 2 – Sustentabilidade; meio ambiente; mobilidade sustentável; gestão; comunicação com o usuário e formação profissional. Categoria 3 – Projetos de sistemas de transporte e seus subsistemas; inovação tecnológica; aprimoramento de técnicas de implantação, operação e manutenção de sistemas de transporte, planejamento e concepção de sistemas de transporte.

5º Prêmio Tecnologia & Desenvolvimento Metroferroviários ANPTrilhos-CBTU visa incentivar a produção técnica do setor metroferroviário e o intercâmbio tecnológico entre os profissionais do setor, divulgando e dando reconhecimento à produção técnica e acadêmica desses profissionais, contribuindo para o aprimoramento do transporte de passageiros sobre trilhos no Brasil.

No dia 15 de agosto, acontece a quinta etapa do 17º Desafio de Kart entre Amigos da AEAMESP

O diretor adjunto de Esportes, engenheiro Valter Belapetravicius, informa que a quinta etapa do 17º Desafio de Kart entre Amigos da AEAMESP será realizada na quarta-feira, 15 de agosto de 2018, no Kartódromo Ayrton Senna – Interlagos (Avenida Jacinto Júlio s/n Portão 09, São Paulo-SP, telefone 11-4702-5055). Veja o site do kartódromo.

Largada às 21 horas. A prova constará de uma bateria de 25 minutos, sendo cinco minutos de tomada de tempo (para reconhecimento da pista e definição do grid de largada) e 20 minutos de corrida. A largada acontecerá às 21 h; os pilotos deverão chegar com pelo menos 30 minutos de antecedência.

Confirme a participação. Para confirmar sua participação, entre em contato Valter Belapetravicius pelos números:  11-5904-7748 ou 11-9-8266-1541.

ELEIÇÕES 2018 – POSIÇÕES DO CAU/BR E DO IAB

Manifesto do CAU/BR e do IAB sobre as eleições de 2018 defende “planejamento urbano solidário e inclusivo”

O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) e o Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) divulgaram recentemente a Carta-aberta aos candidatos nas eleições de 2018 pelo direito à cidade – Manifesto dos arquitetos e urbanistas do Brasil em defesa do planejamento urbano solidário e inclusivo.  O documento, que pode ser lido na íntegra a partir de link ao final desta notícia, defende três bandeiras.

A primeira bandeira é Por um projeto nacional baseado na territorialização das políticas públicas – com sete pontos, incluindo a estruturação das cidades a partir da política habitacional e da mobilidade urbana.

Outra bandeira é Por uma governança urbana inovadora – considerando nove pontos, entre os quais a autonomia técnica do Ministério das Cidades e sua preservação de ingerências político partidárias, e o cumprimento das metas previstas na Agenda 2030 para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), em especial quanto ao Objetivo 11, que trata de estabelecer cidades e assentamentos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.

A terceira e última bandeira é Pela democratização da gestão das cidades – e conta com cinco pontos, incluindo a participação popular nas decisões afetas às políticas públicas sobre os direitos à moradia, ao transporte público de qualidade e à cidade. Outro ponto desta bandeira pede a disponibilização de informações de banco de dados georreferenciados em formato aberto.

Leia o documento do CAU/BR e do IAB

Veja como o assunto foi tratado no site do CAU/BR

Frente Parlamentar em prol do Transporte Metroferroviário (FTRAM) se reunirá no Instituto de Engenharia em 16 de agosto.

O coordenador, deputado João Caramez, informa que no dia 16 de agosto de 2018, das 8h30 às 13h, no auditório do Instituto de Engenharia, na Avenida Dante Pazzanese, nº 120, Vila Mariana, São Paulo-SP, acontecerá a 14ª Reunião Ordinária da Frente Parlamentar em prol do Transporte Metroferroviário (FTRAM), instituída na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

NA IMPRENSA – TRANSPORTE URBANO

Painel que ilustra o suplemento. Fotos: Julio Bittermncourt/Foilhapress

Suplemento de oito páginas da Folha de S. Paulo analisa situação do transporte urbano nas cidades brasileiras

Como elemento de preparação para o painel intitulado E agora, Brasil? Transporte Urbano, realizado com a participação de representantes de pré-candidaturas à Presidência da República, o jornal Folha de S. Paulo produziu e encartou em sua edição de 21 de julho de 2018 um suplemento em que expõe alguns dos principais pontos de debate relacionados com o tema da mobilidade no país. O painel foi uma das sessões do Seminário Nacional NTU, da Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano, realizado de 31 de julho a 2 de agosto de 2018, em São Paulo.

O suplemento reúne textos sobre a disputa pelo espaço viário nas cidades, a emergência dos aplicativos baseados em ‘smartphones’, o tema da receita tarifária, a questão da matriz energética do transporte nas cidades e uma súmula de propostas para as dez maiores regiões metropolitanas brasileiras, incluindo soluções com sistemas sobre trilhos em São Paulo (21,3 milhões de habitantes), Rio de Janeiro (12,3 milhões), Belo Horizonte (5,8 milhões), Brasília (4,3 milhões), Porto Alegre (4,3 milhões), Recife, Fortaleza e Salvador  (cada uma com 4 milhões de habitantes), Curitiba (3,5 milhões) e Campinas (3,1 milhões).

Veja a publicação

NA IMPRENSA – TRENS REGIONAIS

O trem que não chega

Até 2028 dificilmente teremos esse transporte em importantes regiões metropolitanas do País. 

 Por Jurandir Fernandes

Parodiando Vinicius de Moraes, a vida é a arte dos encontros e as cidades são os espaços desses encontros. Milhões de brasileiros vivem em áreas urbanas em busca de oportunidades para trabalhar, estudar, fazer suas compras ou viver suas horas de lazer. A questão é: como se locomover nos espaços urbanos em busca desses encontros?

Em menos de 70 anos nossa população urbana decuplicou. Os desequilíbrios sociais, o oportunismo dos especuladores imobiliários, a ausência de planos urbanos ou o descumprimento das regras de ocupação do solo fizeram com que os aglomerados urbanos ocupassem extensas e esparsas áreas territoriais. Consequência: as cidades e regiões metropolitanas do País requerem altos custos de investimento e manutenção para ampliar ou manter suas infraestruturas.

O Brasil tem cerca de 40 cidades com mais de 500 mil habitantes que dão origem a aglomerados urbanos ou regiões metropolitanas. Metade da população brasileira vive nos espaços metropolitanos e é por óbvio que neles se concentram a maior parcela da produção nacional. Tudo é superlativo nas regiões metropolitanas, inclusive os problemas, a começar pela mobilidade dos que nelas buscam as oportunidades existentes.

Apesar da crise econômica, os congestionamentos estão se espraiando para além das fronteiras das regiões metropolitanas. Em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Salvador, para ficarmos em alguns exemplos, todos os dias ocorrem imensos congestionamentos nas rodovias que lhes servem de acesso. Pessoas e mercadorias, em carros, ônibus ou caminhões, se arrastam por quilômetros num desperdício de tempo e energia imensurável. Se o Brasil voltar a crescer, mesmo que a taxas inexpressivas de 2% a 3% ao ano, e sabendo que o transporte de mercadorias e a mobilidade das pessoas aumentam a taxas maiores que a do crescimento do PIB, a saturação de importantes rodovias que acessam nossas principais regiões metropolitanas poderá ocorrer nos próximos oito anos.

Tomemos como exemplo o eixo rodoviário Anhanguera-Bandeirantes, onde nos horários de pico há trânsito lento em trechos entre Campinas e a capital. A concessionária que o administra tem cumprido o estabelecido. Obras de ampliação foram feitas. As Marginais Tietê e Pinheiros e seus acessos foram recentemente ampliados. Como esperado, os congestionamentos voltaram. O que fazer perante o cenário que se vislumbra daqui a menos de dez anos? Vamos continuar ampliando essas rodovias com novas faixas de tráfego? Haverá espaço para isso? A malha viária paulistana terá capacidade de absorver este acréscimo de tráfego?

Estas mesmas questões podem ser dirigidas a outras regiões metropolitanas. Provavelmente, a resposta será unânime: precisamos investir (e muito) em transporte ferroviário. Se todos concordam, resta agir já: ampliando o serviço das ferrovias e terminando as obras iniciadas. No caso dos trens regionais de passageiros, faço minhas as palavras de Jaime Lerner: “Perdemos um tempo incrível elaborando diagnósticos exaustivos, tentando ter todas as respostas antes de começar. Há uma grande diferença entre ter uma boa leitura da realidade, a fim de ‘não errar o problema’, e a covardia de se esconder atrás de burocracias protelatórias que nos esquivam de tomar posições” (Brasil: o futuro que queremos, Ed. Contexto, 2018). Ao lado da covardia, acrescentaria a conduta de má-fé no sentido de não colaborar com governos considerados adversários. Como explicar os anos de embromação do Ministério dos Transportes e da Secretaria do Patrimônio da União não repassando as áreas lindeiras às faixas operacionais do trecho ferroviário entre São Paulo e Campinas, mesmo já tendo parecer favorável da Advocacia-Geral da União? A má-fé é explícita: o governo federal precisava impedir um trem regional neste trecho para viabilizar o Trem de Alta Velocidade.

Dificilmente teremos trens regionais operando em importantes regiões metropolitanas antes de 2028. Por quê? Os novos governos assumirão sob um quadro macroeconômico desastroso. Devemos, portanto, aproveitar 2019 para ao menos equacionar as pendências administrativas entre Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Secretaria do Patrimônio da União (SPU) e os Estados que já têm estudos avançados de trens regionais.

Sendo otimistas, deveríamos a partir de 2020 contratar os projetos de engenharia (básico e executivo) e ambientais (EIA-Rimas). Em seguida, apurar o custo das desapropriações e publicar os decretos de utilidade pública das respectivas áreas. Em 2023, supondo uma melhoria nos indicadores econômicos do País e que o funding do empreendimento esteja equacionado, que os projetos de engenharia estejam prontos, que a Licença Ambiental Prévia tenha sido obtida e as principais áreas físicas desapropriadas e liberadas, iniciam-se as licitações de obras ou de parcerias público-privadas. Com sorte, os contratos poderão ser assinados em 2024. Sim, sejamos otimistas.

Em paralelo, dezenas de outras licitações deverão ser feitas para a compra dos trens e dos sistemas operacionais. Sob hipótese de que não ocorram contratempos, iniciam-se os testes dos equipamentos, a contratação e o treinamento das equipes operacionais em fins de 2027. A operação comercial poderá ter início em 2028.

Até lá, qual a solução para suportar o crescimento do tráfego nas rodovias? Teremos de apelar para o rodízio de placas para os automóveis nas principais estradas? Ao mesmo tempo, criar faixas exclusivas para os ônibus rodoviários e fretados? Abrir a operação a partir de aplicativos digitais? Criar bolsões de estacionamento integrados aos ônibus rodoviários e fretados nas cidades vizinhas às grandes metrópoles? É prudente começar a estudar cenários emergenciais desde já para que possamos testá-los o mais breve possível.

Veja o texto em sua publicação original

NA IMPRENSA – LINHA 5 – LILÁS

Viagem no tempo

O jornalista Leão Serva publicou no dia 3 de agosto de 2018, no jornal Folha de S. Paulo, o delicioso texto 1968: o ano que não acabou também na zona sul de São Paulo, em que assinala “De Santo Amaro a Moema, trajeto parece viagem de 50 anos por um túnel do tempo”

Leia o artigo

VIDEOINFORMAÇÃO

Há mais de seis décadas

Assista a seguir o  documentário O Bonde, esse eterno sofredor, com pouco mais de três minutos e meio de duração. Foi produzido por Jean Manzon em 1957 e mostra diversas cenas dos bondes que  circulavam pela então capital brasileira e aspectos da vida carioca.

O Bonde, esse eterno sofredor.

Documentário “O Bonde, esse eterno sofredor”, produzido em 1957. Além de mostrar o bonde, o documentário de Jean Manzon tem também a qualidade de apresentar, com imagens nítidas e muito bem preservadas, um retrato da vida carioca na década de 1950. As roupas, os costumes, uma feira-livre, o tipo de sacola que se carregava para fazer compras, o uniforme dos meninos e meninas saindo da escola, a farda quase militar do condutor e do trocador.

Posted by Rio Secreto on Wednesday, July 4, 2018

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