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EDIÇÃO 412, DE 22 A 31 DE JULHO DE 2018

24ª Semana de Tecnologia Metroferroviária celebra e debate datas significativas para o setor

Primeiro painel do evento promovido pela AEAMESP comemora os 25 anos da CPTM, os 20 anos da concessão do MetrôRio e os cinco anos de concessão do Metrô de Salvador

Paulo de Magalhães Bento Gonçalves

Guilherme Walder Mora Ramalho

A 24ª Semana de Tecnologia Metroferroviária acontecerá período de  21 e 24 de agosto de 2018, na Universidade Paulista (Unip) – Campus Paraíso (Rua Vergueiro, 1.211 – Paraíso), será de celebração. Primeiro painel. Na abertura dos trabalhos do segundo dia (22 de agosto, quarta-feira, às 9h) será desenvolvido o painel Os Trilhos Percorridos Até Aqui, que comemorará os 25 anos da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos de São Paulo (CPTM), os 20 anos da concessão do Metrô do Rio de Janeiro (MetrôRio) e os cinco anos de concessão do Metrô de Salvador.

Participantes. Coordenado por Marcelo Dourado, presidente do Metrô do Distrito Federal, o painel discutirá o panorama atual e os próximos desafios das três empresas. Para isso, estão confirmados como palestrantes e debatedores, Paulo de Magalhães Bento Gonçalves, presidente da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM); Guilherme Walder Mora Ramalho, presidente do MetrôRio; e Eduardo Copello, presidente da Companhia de Transportes do Estado da Bahia (CTB).

Eduardo Copello

Marcelo Dourado

Objetivos da 24ª Semana. Com o tema A Evolução Passa Por Aqui, a 24ª Semana de Tecnologia Metroferroviária será promovida pela AEAMESP e acontecerá conjuntamente com a Metroferr Lounge Experience 2018. O evento objetiva alinhar todos os agentes envolvidos para que essa evolução, que se deu no âmbito do atendimento, serviços, tecnologia e desenvolvimento de cidades, seja ampliada para a construção dos próximos 50 anos, o evento valorizará a ação dos agentes do setor, desde a implantação do primeiro sistema de metrô do Brasil, 50 anos atrás, até os dias de hoje. Serão cinco painéis, três seminários e 66 trabalhos técnicos reunidos em oficinas sobre os mais diversos temas.

Público. O público consistirá de presidentes e dirigentes de empresas, engenheiros, arquitetos urbanistas e especialistas das áreas de planejamento e controle, projetos, infraestrutura e obras, logística, compras, planejamento estratégico, engenharia, tecnologia, manutenção, operação e especificação. Também participarão representantes de órgãos públicos do Executivo e do Legislativo, nas esferas federal, estadual e municipal, entidades de classe e de instituições não governamentais de representação autônoma.

Veja a programação da 24ª Semana de Tecnologia 

5º PRÊMIO TECNOLOGIA & DESENVOLVIMENTO METROFERROVIÁRIOS ANPTRILHOS-CBTU

Uma das atrações da 24ª Semana será o 5º Prêmio Tecnologia & Desenvolvimento Metroferroviários ANPTrilhos-CBTU, promovido pela Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos) e pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) em parceria com a AEAMESP, que reconhecerá os três melhores trabalhos dos 66 que serão apresentados nas diversas oficinas durante três dias da Semana.

SETOR METROFERROVIÁRIO

Fórum de Mobilidade teve manifestações de pré-candidatos presidenciais e um documento da ANPTrilhos com propostas para futuro governo

AEAMESP acompanhou os trabalhos do Fórum da Mobilidade, representada por sua vice-presidente, a arquiteta e urbanista Bárbara Ramos Coutinho Vicalvi

A vice-presidente Bárbara Ramos Coutinho Vicalvi, arquiteta e urbanista, representou a AEAMESP no Fórum da Mobilidade, que a Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos) promoveu no Centro de Eventos e Convenções Brasil 21, em Brasília, no dia 18 de julho de 2018.

O encontro teve como objetivo debater as propostas e ações para a rede de transporte de passageiros sobre trilhos no Brasil – um setor que, em 2017, ampliou sua rede em 30,2 quilômetros e transportou 2,93 bilhões de passageiros.

MANIFESTAÇÕES DE CANDIDATOS

Para compor parte significativa do encontro, a ANPTrilhos convidou pré-candidatos presidenciais com pelo menos 1% na pesquisa Ibope de junho, encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Os candidatos fizeram exposições isoladas, em momentos diferentes do encontro, de modo que não houve debate entre eles.

O ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (MDB) defendeu parcerias público-privadas para viabilizar a mobilidade, ressaltando ser necessário acabar coma insegurança jurídica, e falou em autonomia para agências regulatórias e na necessidade de foco do governo em perseguir a execução do que precisa ser feito no setor metroferroviário do país.

O pré-candidato Levy Fidélix (PRTB) apontou como desafio a construção de um ambiente negocial no país, e opinou que os projetos de PPP voltados para os transportes públicos devam ter taxas de retorno entre 7% a 13%, cabendo ao estado assumir parte do custo.

O ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB) mencionou diversas vantagens do sistema de transporte sobre trilhos e apontou a falta de investimentos como o maior entrave para a ampliação dos sistemas metroferroviários. Ele assinalou que planejamento e definição de marcos regulatório e fiscalizador podem trazer a segurança jurídica capaz de atrair investimentos privados.

Marina Silva, pré-candidata da Rede Sustentabilidade, não compareceu, mas enviou um vídeo afirmando que, uma vez na presidência, fará os investimentos adequados ao setor para que o país não fique restrito a uma única forma de transportar produtos e cidadãos. O pré-candidato Ciro Gomes (PDT) cancelou a ida ao evento em cima da hora, alegando problemas com o voo.

PROPOSTA AOS FUTUROS GOVERNANTES

No Fórum da Mobilidade, a ANPTrilhos ocasião a entidade lançou o documento Eleições 2018 – Propostas para o Avanço da Mobilidade Urbana Nacional, editado em um caderno impresso com 24 páginas. O documento contém um conjunto de quatro propostas “para o avanço da mobilidade urbana nacional”. As propostas são: 1) Aumentar a eficiência da rede de transporte público e reduzir o custeio governamental; 2) Promover o financiamento sustentável do transporte público; 3) Priorizar investimentos públicos em sistemas estruturantes de transporte de alta capacidade; 4) Incentivar o transporte sustentável limpo para a melhoria da qualidade de vida nas cidades. A respeito de cada uma dessas propostas o documento apresenta um conjunto de argumentos e indicações de soluções. Veja aqui a íntegra do documento.

PARTICIPAÇÃO

Bárbara Vicalvi e Joubert Flores

Criada em 2010 e organização parceira da AEAMESP, a ANPTrilhos reúne os operadores de sistemas de transporte de passageiros sobre trilhos de todo o Brasil. A entidade foi instituída com o objetivo de promover o desenvolvimento e o aprimoramento do transporte brasileiro de passageiros sobre trilhos. O encontro teve a participação de especialistas e lideranças do setor metroferroviário, lideranças empresariais e políticas e os candidatos à Presidência da República.

Na abertura ou em outros momentos, participaram Paulo Menezes, presidente da Companhia do Metropolitano de São Paulo; Paulo Magalhães, presidente da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM); Harald Zwetkoff, presidente da ViaQuatro; Jurandir Fernandes, presidente da União Internacional de Transportes Públicos, Divisão América Latina (UITP/DAL); Bruno Batista, da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), José Kinn, embaixador da Bolívia; Marcelo Rangel, vice-presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP); Ricardo Castanheira, representante da CCR; Gilmar de Souza Santos, do Ministério das Cidades; Rodrigo Vieira e Dario Rais Lopes, do Ministério dos Transportes. Representavam a ANPTrilhos José Eduardo Copello, diretor, e Roberta Marchesi, superintendente.

Em pronunciamento, Joubert Flores, presidente da ANPTrilhos, reforçou o desejo dessa associação de prover a mobilidade no país. “País rico não é aquele em que o pobre tem carro, mas sim em que o rico anda de transporte público”. A superintendente Roberta Marchesi fez uma explanação, afirmando ser imprescindível que os candidatos tenham propostas para a ampliação da implementação das linhas de transporte de alta capacidade.

O jornalista especializado em questões relacionadas com o meio ambiente André Trigueiro abordou o tema O futuro da mobilidade em que, entre outras ponderações, criticou o fato de as autoridades federais e estaduais, nas últimas décadas, terem deixado de lado a busca de soluções de transporte público urbano enquanto o País se tornava rapidamente urbano.

MEDIDAS DO BNDES CONTRA DÉFICIT METROFERROVIÁRIO

Ainda no período da manhã, o primeiro painel do encontro tratou do tema Déficit de Mobilidade sobre trilhos e soluções para acelerar os investimentos.  Nessa sessão, Arian Bechara, do BNDES, comentou entre outras questões, que atualmente há um déficit de aproximadamente 1.600 km de trilhos no Brasil. Também falou sobre a carteira de projetos do BNDES.

Dez medidas. Na continuidade de sua exposição, Arian Bechara a sugeriu 10 medidas para reduzir o déficit do setor metroferroviário. Sem competição entre meios de transporte público.  Eliminação da competição entre os modos de Transporte Público Coletivo (TPC), tendo os modos de menor capacidade como alimentadores dos de maior capacidade. Desestímulo ao transporte individual. Adoção medidas de desestímulo ao uso do transporte individual motorizado, tendo em vista que os automóveis disputam espaço com os modos de TPC, que são mais eficientes em termos de consumo de energia, emissão de poluentes e espaço ocupado na via. Integrar transporte ativo com o transporte público. Integração da infraestrutura para pedestres e ciclistas ao TPC de modo a facilitar a “última milha” e atrair usuários. Atividades diversificadas junto a estações de transporte público.  Estimulando o adensamento com atividades diversificadas (comércio, serviços e residências) em torno das estações de TPC nos vários locais da cidade, gerando, assim, maior potencial de viagens mais curtas, distribuídas ao longo do dia e no contra fluxo. Plano integrado de mobilidade. Planejamento do sistema de transporte de forma integrada, o que significa ter um plano de mobilidade com diretrizes para a mobilidade da cidade em substituição às iniciativas pontuais que não consideram a coordenação dos modos de transporte.

Escolha correta do modo de transporte. Racionalidade na escolha da tecnologia a ser implantada, de modo que a capacidade de transporte oferecida seja compatível com a demanda e a solução escolhida seja adequada às condicionantes físicas, sociais e econômicas da região onde será implantada. A respeito deste ponto, é interessante lembrar que em maio de 2018, o BNDES, o Ministério das Cidades e o Banco de Desenvolvimento Alemão (KfW) lançaram e disponibilizam para livre consulta via Internet o Guia TPC – Orientações para seleção da tecnologia e implementação de projetos de transporte público coletivo, elaborado pela empresa Oficina Engenheiros e Consultores Associados. Clique aqui e conheça o guia.

Redução dos custos. Montar uma estrutura de custos operacionais enxuta, o que só se obtém com gestão eficiente, otimizando processos e evitando desperdícios. Agência reguladora com independência. A constituição de agência reguladora técnica e independente, isto é, livre de ingerências políticas com o objetivo de gerar segurança para eventuais investidores e financiadores.  Profissionais qualificados. Manter um corpo funcional qualificado junto aos Estados, quando se tratar de transporte público coletivo intermunicipal de caráter urbano, e Municípios, quanto transporte público coletivo urbano, pois eles serão os responsáveis diretos ou indiretos pela gestão de todas as etapas desde o planejamento até a operação do sistema de transporte. Reduzir dependência do orçamento público. A redução da dependência do orçamento público, o que pode ser conseguido com a criação de novas fontes de recursos estáveis dedicadas ao setor, tais como a cobrança pelo uso das vias (pedágio urbano ou taxa de congestionamento), taxação dos combustíveis, cobrança pelo estacionamento em vias públicas, medidas que ao mesmo tempo desencorajam o uso de carros e motos

Quatro pilares e custos de implantação de metrô. Ainda no primeiro painel, Jorge Rebelo, consultor do Banco Mundial, reiterou a importância dos quatro pilares para a expansão da rede metropolitana de transporte – que defende há pelo menos duas décadas. Os pilares compreendem a criação de autoridade metropolitana, a união das iniciativas municipais e estaduais, o desenvolvimento de mecanismos de financiamento e a instituição de um clima propício para o desenvolvimento dos negócios. Durante as respostas a perguntas dirigidas da platéia, Rebelo trouxe uma informação comparativa sobre custos de implantação de mês, afirmando que na China, a implantação de um quilômetro de linha gira em torno de 70 a 80 milhões de dólares, enquanto a média entre os demais países dos BRICS está em 110 milhões de dólares.

PAINÉIS VESPERTINOS

No período da tarde foram desenvolvidos outros dois painéis. Um deles tratou do tema Estruturação da mobilidade urbana e soluções para a sua integração e desenvolvimento. Na abertura da sessão, o presidente da ViaQuatro, Harald Zwetkoff, afirmou que a mobilidade é um dos principais vetores de crescimento e de competitividade das cidades. Roland Zamora, presidente da Associação Latino-Americana de Metrôs e Subterrâneos (ALAMYS) fez comentários sobre o impacto da implantação do BRT em Bogotá e a respeito da importância das estações de metrô no Rio de Janeiro resguardarem a identidade dos bairros.

O presidente da União Internacional de Transportes Públicos – Divisão América do Norte, Andrew Bata falou sobre a necessidade da existência da Autoridade Pública de Transporte na organização do transporte público urbano e metropolitano, mostrando exemplo os exemplos positivos de Madri, Londres, Hamburgo e Singapura.

O arquiteto Washington Fajardo, em uma apresentação inspiradora, segundo Bárbara Vicalvi, citou casos nacionais e internacionais de sucesso de cidades que implantaram soluções integradas de transporte público. Ele também sugeriu a leitura do livro The Tramways of Brazil, do pesquisador Allen Morrison. Clique aqui para ter acesso à versão on-line desse livro.

Desenvolvimento da mobilidade. No último painel, com o tema Bases para o desenvolvimento da mobilidade, o governador da Bahia, Rui Costa comentou as dificuldades encontradas na implantação do metrô na Bahia.

O secretário de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo, Clodoaldo afirmou a necessidade da busca a inclusão a iniciativa privada no desenvolvimento dos projetos e financiamento das obras de metrô. Ele apontou a necessidade de reforma fiscal para a continuidade dos investimentos.

NA IMPRENSA – VIAGEM FANTÁSTICA

Viagem de trem no Paraná está entre as mais interessante e bonitas do mundo. É o que dizem The Wall Street Journal (Nova York) e The Guardian (Londres)

O portal da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (ABIFER) reproduz matéria do Jornal da Cidade intitulada Viagem de trem no Paraná é uma das três melhores do mundo.

A matéria assinala: “Um dos passeios de trem mais famosos do Brasil fica ainda mais bonito na temporada de inverno e pode ser uma ótima opção de programa para fazer com as crianças durante o recesso escolar. Com saídas diárias, a partir de 15 de julho, às 8h30, foi eleito pelo “The Wall Street Journal” – jornal de maior circulação nos Estados Unidos – como um dos três passeios de luxo sobre trilhos mais interessantes do mundo e pelo “The Guardian”, da Inglaterra, um dos dez mais bonitos do planeta”.

Veja a matéria completa

NA IMPRENSA – TRAJETÓRIAS PROFISSIONAIS

Metroviário e mágico

A versão on-line do jornal Folha de S. Paulo trouxe no dia 19 de julho de 2018 matéria com o ex-metroviário e mágico Geraldo Coelho, mais conhecido como Mágico Geraldin. Na matéria, ele conta sua trajetória como metroviário e mágico (com êxito nas duas profissões). E diz que mágico não morre de fome: “Se você estiver ferrado, com fome, vai num restaurante e fala: ‘Deixa eu fazer umas mágicas pros teus clientes e você me dá um prato de comida’. Não há um que vai negar. Hoje tem muito mágico que trabalha em restaurante, ganha o cachê e o jantar depois, fora a caixinha que muita gente acaba dando.” A foto é uma reprodução da matéria publicada no site da Folha: Rodrigo Capote/Folhapress

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