T66 – Melhoria da experiência do cliente através da medição de passageiros impactados por atrasos – Marcelo Mancini – Metrô Rio

Descrição:

Foi considerada a premissa que os Grupos CoMET e Nova ─ grupos de benchmarking metroviário internacional, compostos por 38 sistemas de metrô de grande e médio porte, de 36 cidades em todo o mundo ─ definiram como incidente com impacto na operação aqueles que se prolongam por mais de 5 minutos além do previsto.

Considera-se como insumo o tempo do terminal de origem ao terminal de destino em qualquer sentido de tráfego do sistema, durante toda a operação comercial. No caso das viagens das linhas do metrô do Rio de Janeiro, dependendo do horário e da via, são previstas diferentes durações de percurso, em função do modelo operacional definido em grade. Devido a tais variações, optou-se então por não utilizar valores em tempos fixos, mas parametrizar-se como atraso aqueles tempos de percurso superiores a 10% do tempo previsto em grade no período da medição.

São identificadas assim, todas as viagens onde ocorreu esse atraso. Para estimar-se a quantidade de passageiros dentro desses trens com atraso, utiliza-se o trecho mais crítico, ou seja, com maior número de passageiros. Para esta definição, são usados os dados de demanda da matriz “origem x destino” cruzados com o número de passageiros da hora. Obtém-se assim o número diário, que se constitui da somatória do total de clientes atrasados em cada viagem com tempo de percurso superior ao previsto.

No segundo semestre de 2017, momento em que começou a mensuração do Indicador, a quantidade de clientes impactados por atrasos no tempo de viagem foi de 16,41% do total dos passageiros transportados.

Diante de tal resultado, foi estabelecida uma meta de melhoria de, no mínimo 10% para o ano seguinte. Para que se conseguisse melhorar os resultados obtidos, um grupo de trabalho implementou algumas medidas efetivas. Dentre elas pode-se destacar: automatização de dashboards de visualização dos resultados em tempo real, para atuação imediata pelo Centro de Controle; reuniões diárias de avaliação da performance com as áreas executoras, com criação de ações tipo ver e agir; e disponibilização dos resultados diários para várias áreas da companhia.

É imperioso afirmar que, com o monitoramento diário da operação, aliado às ações implementadas para mitigar possíveis problemas que pudessem impactar nos tempos de viagem, e o engajamento das equipes de planejamento, operação e manutenção, os resultados obtiveram melhoras significativas.

O ano de 2018 terminou com um total de 12,95% passageiros impactados, uma redução de mais de 21% em relação ao período anterior.

Esse resultado também trouxe consequências satisfatórias no resultado do Indicador de Qualidade de Serviço, indicador que é medido semestralmente através de pesquisas com os clientes com diversos itens do sistema, dentre eles Tempo de Viagem. No mês de março de 2019, pela percepção dos clientes, a Linha 1 teve uma avaliação 2p.p. maior do que medido em 2018, prova cabal de que a melhora foi, de fato, sentida pelos maiores interessados: os clientes.

Declaramos que o presente trabalho é inédito, não tendo sido publicado em livro, revistas especializadas ou na imprensa em geral.

Marcelo Tadeu Mancini
Mestre em Engenharia de Transportes pela USP. Arquiteto-urbanista graduado pela Unesp. Coordena a área de planejamento e controle de operação do MetrôRio. Atuou em consultoria e com planejamento de operação do sistema de ônibus e BRT no Rio Onibus durante os megaeventos (Rock in Rio, Copa do Mundo e Jogos Olímpicos 2016). Ministra cursos de pós graduação e palestras na área de mobilidade, urbanismo e transportes por todo o Brasil.

Ronaldo Lasmar Duarte
Analista de Sistemas e Bacharel em Cinema. Possui mais de 30 anos de atuação no MetrôRio, onde atua como Analista de Planejamento e Operação Sênior.

Carlos Eduardo Sanches de Andrade
Mestre e Doutor em Engenharia de Transportes. Possui 2 graduações: Administração e Engenharia de Produção;3 pós-graduações lato sensu: MBA em Marketing, MBA em Qualidade e Engenharia Metroferroviária (2017); e 2pós-graduações stricto sensu – Mestrado e Doutorado em Engenharia de Transportes pela COPPE/UFRJ. É professor adjunto da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Federal de Goiás (FCT/UFG), das graduações em Engenharia de Transportes e Engenharia Civil. Atuou como Engenheiro de Operações do Metrô do Rio de Janeiro por mais de 15 anos (2003 a 2019).

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Sobre

A Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô – AEAMESP, fundada em 14 de setembro de 1990, é uma entidade de fins não econômicos que agrega engenheiros, arquitetos, geólogos e outros profissionais de nível superior, devidamente registrados nos Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia – CREAs e de Arquitetura e Urbanismo – CAUs.