Locomotiva arrancada dos trilhos por bombardeio durante a Revolução de 1924 (Reprodução)
O fato de a cidade de São Paulo, então em franco crescimento, ser um importante entroncamento ferroviário teve peso significativo para que a capital paulista se tornasse o epicentro da Revolução de 1924, que eclodiria em 5 de julho.
A data foi escolhida para marcar dois anos da rebelião ocorrida no Rio de Janeiro, quando jovens militares e civis protagonizaram a “Revolta dos 18 do Forte de Copacabana”, de trágico fim, que foi a primeira ação do movimento tenentista contra a Velha República, dominada ela oligarquia agrária.
Para a concretização da Revolução de 1924, os revoltosos pretendiam tomar rapidamente posições militares na cidade e seguir em direção à capital do país, na época, o Rio de Janeiro. Mas a reação do governo nacional acabou sendo rápida, eficiente e violenta.
Durante três semanas – de 5 a 28 de julho –, São Paulo viveu o que é considerada a maior batalha urbana do país, com enfrentamentos armados, bombardeios e mais de 500 mortos (na época, a cidade tinha em torno de 700 mil habitantes).
Muita gente (estima-se que 1/3 da população) precisou se refugiar em cidades próximas ou no interior do Estado. Nos links abaixo encontram-se dois artigos que mostram a dramaticidade daqueles episódios.
A revolução fracassou e os revoltosos deixaram a cidade às pressas, de trem. Na esteira dessa fuga formou-se, pouco tempo depois, a Coluna Miguel Costa-Prestes, de caráter revolucionário, que persistiu até 2027. O fim da República Velha aconteceria em 1930, com uma revolução comandada por Getúlio Vargas.
DOIS TEXTOS SOBRE A REVOLUÇÃO DE 1924
“5 de julho de 1924: 80 anos de uma revolução”, é artigo de Antônio Sérgio Ribeiro, publicado em 2004 pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Leia aqui.
“Há 95 anos, bombas caíam sobre São Paulo e arrasavam a cidade”, é uma reportagem da BBC Brasil, data de 2019, e assinada por Marcus Lopes. Leia aqui.