Programa paulista reúne mais de 40 projetos de transportes sobre trilhos

Composições na Estação da Luz, em São Paulo

Em 29 de maio de 2024, o governo paulista promoveu o lançamento do Programa SP nos Trilhos, que reúne mais de 40 projetos ferroviários para passageiros e cargas, totalizando mais de 1 mil quilômetros de malha férrea. Estima-se a necessidade de R$ 194 bilhões em investimentos para viabilizar o total dos projetos.

Os termos do Programa SP nos Trilhos estão consignados no Decreto nº 68.566, que foi publicado e entrou em vigor em 3 de junho de 2024. Entre outras disposições, o decreto estabelece que estarão envolvidos no programa as três secretarias estaduais paulistas – Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística; Transportes Metropolitanos, e Turismo e Viagens, além da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

São objetivos do programa viabilizar o acesso de municípios paulistas a alternativas de transporte de média e alta capacidade sobre trilhos no estado; fomentar o uso da malha ferroviária existente, especialmente em trechos ociosos ou com baixa capacidade, e incentivar soluções sustentáveis, sob as perspectivas ambiental, social e econômica, com melhorias de eficiência e governança.

CONTRATO DO TIC EIXO NORTE

O lançamento do programa SP nos Trilhos aconteceu no mesmo dia em que o governo estadual autorizou a assinatura do contrato de concessão do Trem Intercidades – TIC Eixo Norte (São Paulo-Campinas), com 101 km de extensão. Vencedor de leilão realizado na B3 em fevereiro deste ano, o Consórcio C2 Mobilidade sobre Trilhos (TIC Trens) será responsável pelo projeto orçado em R$ 14,2 bilhões.

O TIC Eixo Norte terá um serviço expresso entre o terminal da Barra Funda, Jundiaí e Campinas, com duração de 64 minutos. O projeto vai contar com três estações. Também haverá o Trem Intermunicipal (TIM), entre Jundiaí e Campinas, com 44 quilômetros de extensão e 33 minutos de viagem. O projeto conta também com a concessão da Linha 7 – Rubi, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

Escadas rolantes no sistema da ViaQuatro. Foto: Diga Imagem/Clóvis Ferreira

TRENS INTERCIDADES QUALIFICADOS

Além do TIC Eixo Norte (São Paulo-Campinas), há outros projetos qualificados dentro dos procedimentos adotados pela Secretaria de Parcerias em Investimentos do governo paulista.

Um deles é TIC Eixo Oeste (São Paulo-Sorocaba), que já está em fase de estudos técnicos e conta com previsão de leilão para 2025 e assinatura de contrato para 2026. Serão 94 quilômetros de trilhos e investimento estimado em R$ 8,5 bilhões. O trajeto deverá ser feito em 60 minutos e terá quatro novas estações. A demanda projetada é 50 mil passageiros por dia. Atualmente, o deslocamento rodoviário tem duração de 110 minutos de carro e 130 minutos de ônibus.

Está incluído também o TIC Eixo Leste (São Paulo-São José dos Campos), interligando a capital paulista e São José dos Campos, com projeto previsto em cerca de R$ 10 bilhões e já sob análise de viabilidade técnica e estruturação financeira. A extensão total da linha pode ficar entre 80 km e 130 km e o tempo de trajeto estimado em 75 minutos.

O TIC Eixo Sul (São Paulo-Santos), igualmente inserido, tem o trajeto ainda a ser definido; sabe-se que pode variar entre 80 a 130 quilômetros, devendo ser percorrido em 90 minutos.

OUTROS PROJETOS QUALIFICADOS

E também os sistemas de trens metropolitanos Linha 10 – Turquesa e Linha 14 – Ônix (ABC Leste), e Linha 11 – Coral, Linha 12 – Safira e Linha 13 – Jade (Alto Tietê). E, ainda, os sistemas de metrô Linha 19 – Celeste e Linha 20 – Rosa, e os sistemas de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) a serem implantados nas cidades Campinas, conectando-se ao TIC Eixo Norte, e Sorocaba, conectando-se ao TIC Eixo Oeste.

Traçado proposto para a Linha 20 – Rosa

POSSÍVEIS CONCESSÕES DE RAMAIS

Oficialmente, o governo paulista autorizou estudos de possíveis concessões de ramais já existentes, como a Linhas 1 – Azul, Linha 2 – Verde, Linha 3 – Vermelha do Metrô, e Linha 11 – Coral, Linha 12 – Safira e Linha 13 – Jade, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

A análise técnica também alcançará a expansão da Linha 2 –Verde e a Linha 4 – Amarela, bem como a conclusão da Linha 6 – Laranja de metrô, além da implementação de projetos totalmente novos, como a Linha 19 – Celeste e Linha 20 – Rosa.

O secretário de Parcerias em Investimentos, Rafael Benini, destacou que a expansão de linhas importantes da capital e região metropolitana serão incluídas no SP nos Trilhos, assim como futuras concessões.

Nas palavras do secretário, o governo pretende “empacotar” as extensões da Linha 2 – Verde na capital; da Linha 4 – Amarela para Taboão da Serra; da Linha 5 – Lilás para o Jardim Ângela; da Linha 6 – Laranja para a Mooca, e da Linha 9 – Esmeralda para a Água Branca, além das concessões referentes a: Linha 10 – Turquesa, Linha 11 – Coral, Linha 12 – Safira, Linha 13 – Jade, e Linha 14 – Ônix. E ainda a extensão de duas linhas de monotrilhos: Linha 15 — Prata do Metrô e a construção da Linha 17 – Ouro.

Trem da ViaQuatro. Foto: Digna Imagem/Clóvis Ferreira

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Sobre

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