Descrição: O trecho São Lucas – São Mateus da Linha 15 – Prata foi executado ao longo do eixo viário das avenidas Professor Luiz Ignácio de Anhaia Mello e Sapopemba, tendo suas estações com corpos centrais localizados no canteiro central destas avenidas, e os acessos laterais com edifícios técnicos nos lotes lindeiros. Sua implantação envolveu a interface com diversas interferências onde houve a necessidade de remanejar determinadas redes ou eventualmente conviver com as mesmas. Dentre as alternativas de remanejamento de redes destacam-se as opções de execução de valas a céu aberto e ensecadeiras para a execução do desvio da galeria do córrego da Móoca em 3 estações (São Lucas, Camilo Haddad e Vila Tolstói), utilização de Tunnel Linner para execução de redes de águas pluviais, execução de blindagem para o remanejamento de rede de esgoto, remanejamento de redes de alta tensão ou de telecomunicações, com pagamento para a remoção das redes e gestão junto às concessionárias destes serviços para execução das obras, alterações no viário do entorno das estações de modo a possibilitar a execução das fundações, com a consequente modificação de sinalizações horizontais, verticais e semafóricas, e retirada de redes de iluminação. Em determinados casos, devido à complexidade das redes existentes, que para seu desvio acarretariam em prazos e/ou custos inviáveis, optou-se por conviver com as mesmas, tendo sido necessária a instrumentação das interferências e/ou o escoramento das mesmas para a execução das obras. Como exemplo, podemos citar a Estação Sapopemba, que teve seus projetos modificados devido a impossibilidade de remanejamento das interferências encontradas. No canteiro central da Av. Sapopemba, no trecho onde foi implantada a referida estação, passam redes subterrâneas de gás (COMGÁS), combustíveis e dados (Transpetro) e de abastecimento de água SABESP, citando apenas as mais complexas, onde não foi possível realizar o remanejamento das mesmas. Neste caso foram realizadas prospecções para determinação da posição e profundidade das redes de gás (Sondagem com sonda e posterior execução de Tunnel linner para contato visual com a rede) e de abastecimento de água (Sondagem e abertura vala para confirmação do posicionamento). No caso das redes da Transpetro, já existiam marcos delimitando a faixa e o posicionamento das redes. Foram realizadas sondagens confirmatórias das posições e profundidades. Além disso, a Transpetro forneceu o cadastro das redes para serem inseridos nos projetos. Mesmo durante a execução das obras de remanejamento de interferências pode-se acabar por verificar que para a execução deste serviço, é necessário o remanejamento de uma segunda interferência, tal como se observou no desvio da galeria do córrego da Móoca onde, para sua implementação, houve a necessidade de remanejamento anterior de rede de esgoto, redes de águas pluviais e cabos de telefonia. Em certas ocasiões, a gestão se depara com interferências não previstas em cadastros de utilidade pública, como a ponte descoberta na escavação para o desvio do córrego da Móoca para a execução da Estação Camilo Haddad que, antes de representar um risco inicialmente previsto, acabou por se mostrar como uma oportunidade, visto que eliminou a execução de um desvio de tráfego dos 3 previstos para o desvio do córrego. Dentro de uma flexibilidade possível aos contratos, foi possível a alteração de soluções inicialmente previstas em projeto com a reunião das partes interessadas no remanejamento das interferências, com soluções que possibilitaram a redução de custos e prazos na execução dos serviços. A gestão do empreendimento deve ter sempre os olhos voltados às interferências na obra, visto que na maior parte das vezes elas se mostram dentro do caminho crítico para a execução do empreendimento.
AUTORES:
Rodolfo Szmidke – Metrô SP