
Uma sessão matinal introduzida por Fábio Juvenal, vice-presidente da AEAMESP, discutiu no dia 17 de setembro os critérios de conduta ESG (sigla em inglês para os termos Ambiental, Social e Governança) e o futuro da mobilidade.
O consultor internacional Sérgio Avelleda fez a exposição inicial, intitulada Transporte público sob os aspectos do conceito ESG, discutindo a mobilidade sustentável sob o ângulo dos impactos social e ambiental e dos modelos de governança aplicáveis ao setor.
O diretor de Manutenção e Engenharia do Metrô Rio, Cristiano Mendonça, destacou o caráter colaborativo que pode haver na efetivação do conceito ESG, a despeito da concorrência que naturalmente existe entre as empresas. Ele mostrou ações desenvolvidas pela companhia referentes aos critérios de conduta ESG.
Paulo Meca, diretor de Engenharia e Planejamento do Metrô de São Paulo, fez uma apresentação mostrando a interpretação que a Companhia do Metropolitano de São Paulo faz do conceito ESG e ações nesse campo. Inicialmente, ele fez considerações a respeito de como o Metrô-SP tem atuado para tirar lições da gestão da pandemia tendo em vista o futuro da mobilidade.
Entre outras considerações, o deputado estadual paulista Ricardo Mellão afirmou que ESG é uma pauta que tem surgido com muita força, principalmente no setor privado. Ele acrescentou: “Aprecio muito que o surgimento seja pelo setor privado porque mostra que existe o crescimento dessa pauta de forma muito natural. Não é algo imposto, é algo que a sociedade pede”.
Em sua exposição, Francisco Pierrini, CEO da ViaQuatro e da ViaMobilidade – CCR S/A, disse que, além de realizar a gestão socioambiental de governança de cada divisão de negócio, a empresa compartilha com transparência os indicadores, os focos de gestão e de crescimento com todas as partes interessadas, trabalhando as seguintes temáticas: mudanças climáticas, economia circular, relacionamento com a comunidade, ambiente de trabalho, saúde e segurança, e governança e sustentabilidade. Ele apresentou uma série de ações empreendidas pela Divisão de Mobilidade do Grupo CCR.
O ex-secretário de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo e hoje consultor Cloadoaldo Pelissioni se mostrou otimista com relação ao avanço do conceito ESG, assinalando que as grandes empresas estão seguindo essa linha e logo passarão a exigir isso de seus fornecedores, como ocorreu em relação à exigência da certificação ISO 9000 no passado.
A seu ver, no caso das empresas estatais, com a Lei Federal 13.303/16 – que dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios – houve avanço muito importante quanto à governança (G), restando saber como regulamentar e implantar os outros dois vetores, o ambiental (E) e o social(S), Para as demais entidades governamentais, de modo geral, resta uma indagação: como regulamentar e implantar ESG?