Na conferência de encerramento da 23ª Semana de Tecnologia Metroferroviária, o secretário de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo, Clodoaldo Pelissioni, parabenizou a AEAMESP pela realização da 23ª Semana de Tecnologia, assinalando que a Associação tem sido forte apoio para o avanço dos sistemas metroferroviários em São Paulo e no Brasil.
O secretário centrou sua explanação na perspectiva de concretização dos projetos metroferroviários em andamento. Informou que há uma proposta inicial apresentada por um grande grupo internacional – “uma das maiores construtoras do mundo” – para assumir a continuidade de implantação da Linha 6 – Laranja do sistema metroviário de São Paulo.
“Está chegando uma equipe de 27 técnicos e engenheiros. Esperamos poder fechar negócio ainda na primeira quinzena de outubro para, assim, retomarmos a obras dessa linha, que é importante. Já temos 15% das obras concluídas; as 371 desapropriações estão pagas. Não temos pendências; estamos em dia com os aportes, no valor de R$ 700 milhões e temos R$ 1,75 bilhão do BNDES”.
Ele informou que em 20 de setembro participou de uma reunião com os dirigentes desse o grupo empresarial interessado na Linha 6 – Laranja, mostrando-se confiante de que os pretendentes poderão adquirir a parte das empresas brasileiras, conseguir o financiamento e, neste ano ainda, retomar as obras. A previsão é de que, a partir do momento em que as obras forem retomadas, em quatro anos o empreendimento estará concluído e entregue. O projeto prevê que a linha terá 26 novos trens, fator considerado importante para a indústria ferroviária.
Pelissioni lamentou que as obras da Linha 6 – Laranja estejam paralisadas há um ano. “O consórcio privado não teve aprovação de financiamento de longo prazo, em razão de problemas com empresas envolvidas na Lava Jato”.
Obras. O secretário mostrou na sessão pequenos filmes concernentes às obras metroferroviárias em andamento e comentando o estágio em que se encontra cada uma delas. “São oito grandes obras, cinco do Metrô-SP, duas da CPTM e uma no VLT da Baixada Santista”, disse.
Como tem feito em suas apresentações públicas, Clodoaldo Pelissioni fez um rápido balanço da estrutura do setor metroferroviário na Região Metropolitana de São Paulo e na Região Metropolitana da Baixada Santista. Disse que o sistema conta hoje com 12 linhas, totalizando quase 340 km de extensão, com 163 estações mais de 7 milhões de passageiros e atuação em 22 municípios.
Informou que há 80 km de extensão em obras, com contratos assinados, e que essas obras se referem a oito linhas, e envolvem 79 estações. “Com essa extensão, vamos inserir Guarulhos/SP entre os municípios atendidos e passaremos a atender mais 2,5 milhões de passageiros”.
Os empreendimentos relacionados na extensão se são os seguintes: extensão e estações na Linha 4 – Amarela e Linha 5 – Lilás; as Linhas 15 – Prata e Linha 17—Ouro em monotrilho, e a Linha 6 — Laranja, “a primeira PPP integral do Brasil”. No campo da CPTM estão a Linha 9 – Esmeralda, com extensão Grajaú/Varginha, e a Linha 13 – Jade, ligação ferroviárias para o Aeroporto de Cumbica, que constitui a primeira linha integralmente implantada pela companhia, criada em 1992. Há ainda o VLT da Baixada Santista.
O conjunto de obras de expansão da rede metroferroviária representam investimentos de R$ 35 bilhões. Pelissioni ressaltou que apesar da crise e apesar e de parte da imprensa dizer que o Metrô-SP investe pouco, segundo o ranking Maiores & Melhores da revista Exame, o Metrô de São Paulo foi a décima primeira empresa que mais investiu no Brasil, considerando todos os setores. “Foram R$ 2,3 bilhões em 2016. Para este ano, estamos mantendo esses investimentos, para que possamos concluir uma boa parte desses empreendimentos”. Ele acrescentou que o governo estadual vem mantendo o nível de investimento de R$ 5 bilhões por ano na Secretaria de Transportes Metropolitanos, afirmando tratar-se de volume de recursos “aquém da nossa necessidade, mas que, diante da crise, revela um grande esforço do governo estadual priorizar a mobilidade”.
Empregos. Clodoaldo Pelissioni sublinhou que as obras de implantação e expansão da rede metroferroviária geram muitos empregos, sendo, assim, muito importantes no momento de crise. Nas obras apontadas estão empregados quase 13 mil trabalhadores.
Receitas acessórias. O secretário destacou também o esforço visando ampliar as chamadas ‘receitas acessórias’ nos sistemas sobre trilhos. “Recentemente, assinamos um contrato de concessão de toda publicidade das 59 estações do Metrô-SP. É algo que não é da atividade principal do Metrô-SP. Ganhou uma empresa francesa. Tínhamos um faturamento de cerca de R$ 20 milhões por ano com publicidade e vamos passar a ter um faturamento de R$ 33 milhões certos, ou 35% do faturamento da empresa dentro o contrato — o que for maior. Além disso, tivemos uma outorga inicial de R$ 51 milhões, já depositados. E todas as estações vão ser absolutamente modernizadas. Nos próximos meses, talvez até o final do ano que vem teremos uma verdadeira transformação das estações. Vamos agregar qualidade para o usuários e melhorar as receitas acessórias”.
Terminais. Outro comentário do secretário foi sobre a recente publicação edital para licitação dos terminais de ônibus. “Está suspensa, mas vamos resolver. Hoje, gastamos 25 milhões para manter esses terminais de ônibus. Ao passar para a iniciativa privada será a empresa vencedora que irá pagar essa manutenção. E vamos ganhar 3% sobre o faturamento que serão gerados com a verticalização sobre as estações: podem ser habitações, centros comerciais, shopping centers, escritórios. É uma concessão de 40 anos”.
Veja abaixo um filme sobre a Linha 6 – Laranja.