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Na 22ª Semana, a contribuição de experiências internacionais

Emiliano Stanislau Affonso NetoA AEAMESP sistematicamente tem trazido para sua Semana de Tecnologia Metroferroviária expositores internacionais, para que mostrem o que acontece em outros países e nos ajudem a ver com ângulos novos nossas velhas questões.

Neste momento, marcado pela sobreposição de crises que todos conhecemos, tal tipo de apoio é especialmente importante.  Em tempos bicudos, temos as maiores oportunidades de avançar e, para tanto, não devemos agir como avestruzes e enfiar a cabeça na areia, esperando que os problemas se dissipem; é fundamental unir o setor e sair a campo para viabilizar novas soluções, sob pena de retrocedermos. A retração da economia e da arrecadação nos três níveis de governo tem levado as administrações publicas a cortar investimentos. Esse tipo de resposta à crise tem afetado projetos estruturadores de transporte público urbano, notadamente os referentes a sistemas sobre trilhos, que tiveram o ritmo de implantação reduzido ou foram postergados.

Adiar projetos de infraestruturas de transporte enfraquece e piora a mobilidade urbana e, em razão disso, retira de nossas cidades as melhores possibilidades de ampliar a produtividade e a competitividade no enfrentamento da crise. O que parece uma solução temporária poderá se caracterizar como um problema mais complicado e de maior duração, prejudicando o crescimento do país. Com a diminuição dos recursos do Tesouro, precisamos estruturar projetos capazes de captar créditos que ajudem a mitigar os custos de implantação e de operação; uma parcela desses recursos pode vir do desenvolvimento induzido pelo próprio empreendimento, como se observa mundo a fora. E como parte dessa estratégia, precisamos organizar formas jurídicas que nos permitam capturar por um tempo delimitado uma parcela da riqueza adicional advinda da valorização imobiliária, do aumento da captação de impostos e do estímulo a diferentes outros negócios, que comprovadamente os sistemas de maior capacidade de transporte são capazes de gerar, ajudando a colocar em pé novas linhas sem a necessidade de aumentar a carga tributária.

Para esta 22ª Semana de Tecnologia Metroferroviária, convidamos especialista da West Japan Railway Company (JR-WEST), para que nos explique como funcionam modelos aplicados em seu país.  No Japão, há caso em que cerca de 40% dos custos de implantação de uma linha de metrô foram pagos por meio da riqueza propiciada pelo crescimento imobiliário promovido pelo próprio operador. Também há operadoras que possuem receitas não operacionais maiores do que as operacionais, mitigando os custos tarifários.

Convidamos ainda especialistas alemães, que nos falarão sobre os fatores que devem ser considerados para a escolha da melhor opção de transporte, otimizando o uso dos recursos públicos.

Outros assuntos de interesse estão sendo trazidos para a 22ª Semana, que contará também com um painel internacional coordenado pela Associação Latino-Americana de Metrôs e Subterrâneos (ALAMYS). Acesse nosso site e acompanhe as novidades.

 

Emiliano Affonso, engenheiro.
Presidente da AEAMESP