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Semana de Tecnologia Metroferroviária promove debates sobre perfil do viajante urbano, eficiência da mobilidade e crescimento do setor ferroviário

III Seminário Infraestrutura de Transporte Ferroviário, realizado pela FIESP, foi um dos destaques no dia 05 de setembro

A Sessão “O Viajante Urbano” abriu o terceiro dia da 25° Semana de Tecnologia Metroferroviária, evento que acontece até o dia 06 de setembro, na capital paulista. Na ocasião, Luiz Antônio Cortez, Gerente de Planejamento e Meio Ambiente do Metrô de São Paulo, apresentou a Pesquisa Origem e Destino 2017. Realizado há mais de 50 anos pela empresa, o estudo é consagrado como o maior em transportes urbanos no Brasil e se destaca por ser uma ferramenta eficaz para o planejamento da mobilidade.

De forma geral, a Pesquisa Origem e Destino revelou que a Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) produziu 42 milhões de viagens por dia em 2017, com um crescimento de 10,3% de viagens e um aumento de 12,4% das viagens motorizadas no período de 2007 a 2017. “Neste período de dez anos, a rede de metrô aumentou 28,4 km, enquanto a CPTM foi modernizada e também incrementou 16,4 km. Ao todo, foram implantadas 27 novas estações na malha metroferroviária da região”, pontuou Cortez.

A divisão modal das viagens motorizadas manteve-se em 2017 no mesmo padrão de 2007: 54,1% de viagens no modo coletivo e 45,9% no modo individual. Neste contexto, o metrô e o trem apresentaram crescimento de 53% no período de 2007-2017, em todas as sub-regiões, em decorrência dos investimentos realizados na rede metroferroviária, criando novas possibilidades de integração com os demais modos.

Quanto ao perfil dos passageiros, a pesquisa mostrou que a mobilidade feminina aumentou no transporte coletivo e individual e diminuiu no transporte não motorizado, enquanto a mobilidade masculina aumentou no transporte individual e não motorizado e diminuiu no transporte coletivo. “Além disso, o índice de mobilidade aumentou em todas as faixas etárias, à exceção da faixa etária de 15 a 29 anos, e caiu em todos os níveis de escolaridade, exceto para os não alfabetizados”, complementou Cortez. Os dados completos do estudo podem ser conferidos aqui.

A Sessão “O Viajante Urbano” foi finalizada com os comentários de Flavia Ulian, Pesquisadora e Professora da FATEC, e de Larissa Campagner, do Conselho de Política Urbana da Associação Comercial de São Paulo. Enquanto Flavia destacou o ponto de vista do usuário sobre o transporte público da RMSP, Larissa ressaltou o desafio relacionado às políticas públicas para os viajantes que usam o transporte não motorizado. Também esteve presente o arquiteto Carlos Leite, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie e membro da Comissão de Mobilidade Urbana do CAU/SP.

Sessão de Governança Metropolitana recebe porta-voz da Agência de Desenvolvimento Urbano de Barcelona

Josep Bohigas Arneu, Diretor Geral da Barcelona Regional (Agência de Desenvolvimento Urbano de Barcelona) foi o destaque da Sessão “Governança Metropolitana”, que teve como objetivo discutir os desafios da gestão da mobilidade em aglomerados conturbados, abordando as alternativas de formatos institucionais, divisão de poder, o papel dela na formação de redes hierárquicas de transporte, entre outros aspectos.

Na ocasião, Arneu deu uma aula sobre urbanismo ao apresentar iniciativas em implantação na cidade de Barcelona, na Espanha, e que, segundo ele, serão responsáveis por uma verdadeira transformação. Entre elas está a estratégia de superblocos: minibairros em que o intenso fluxo de tráfego acontece no entorno, viabilizando áreas de lazer e convivência. “Defendemos esta ideia por trazer muitos benefícios, como a redução de acidentes, ruídos e contaminação”, pontuou. Afinal, ao restringir o tráfego a grandes estradas, a estratégia reduz drasticamente a poluição e transforma as ruas secundárias em espaços para cultura, lazer e demais atividades da comunidade.

Outro ponto mencionado pelo Diretor foi a Zona de Baixa Emissão, área que inclui Barcelona e alguns municípios vizinhos, nos quais a circulação de veículos mais poluentes é progressivamente restrita. “Ela deve entrar em vigor em janeiro de 2020 e reduzirá em cerca de 125 mil os veículos que circularão na cidade”, disse.

Em resumo, Arneu defendeu que a mobilidade não deve ser tratada de forma independente. Por esse motivo, a Agência de Desenvolvimento Urbano de Barcelona trata de temas que vão desde mobilidade até arquitetura, telecomunicações, meio ambiente, entre outros. “Somos mais de 90 pessoas que trabalham com a ideia de transversalidade. Ou seja, o profissional especializado em mobilidade também precisa saber opinar sobre questões de urbanismo e vice-versa”, concluiu.

Crescimento do setor ferroviário e novos projetos são discutidos no III Seminário de Infraestrutura de Transporte

No período da tarde, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), por meio do Departamento de Infraestrutura (Deinfra), promoveu a terceira edição do Seminário de Infraestrutura de Transporte e Ferroviário. Coordenada por Vicente Abate, Presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer), e por Frederico Bussinger, Diretor da Katálisys Consultoria, respectivamente, a atividade foi dividida em dois temas principais: “O crescimento do setor ferroviário” e “Projetos Ferroviários para o Estado de São Paulo”.

A abertura do Seminário contou com a presença de nomes do setor, como Pedro Machado, Presidente da AEAMESP; General Jamil Megid Júnior, Secretário Nacional de Transporte Terrestre do Ministério de Infraestrutura; Alexandre Baldy de Santana Braga, Secretário de Transportes Metropolitanos do Governo do Estado de São Paulo (GESP); Marcos Aires Albuquerque Santos, Superintendente de Projetos Custos e Estudos da VALEC (braço do governo); e Ellen Martins, Superintendente da Associação Nacional dos Transportes Ferroviários (ANTF).

Representando o Ministério de Infraestrutura, o General Jamil Megid Júnior destacou que existem diversas ações em curso por parte do órgão e que a retomada do setor ferroviário já começou. “Entre as nossas principais metas para a infraestrutura ferroviária, estão: ampliar a participação e os investimentos privados, prorrogar contratos de concessões e investimentos cruzados, recuperar a malha existente e aumentar a capacidade, bem como reaproveitar os ramais desativados (cargas e passageiros) e evoluir a gestão e a qualidade de obras e concessões”, disse.

Ele também reforçou que, entre as estratégias em curso, uma das mais importantes é dar continuidade nas parcerias entre o Estado, entidades e a iniciativa privada. “Essas parcerias são um dos pilares para garantir que o setor passe por melhorias”, pontuou.

Marcos Aires Albuquerque Santos, Superintendente de Projetos, Custos e Estudos da VALEC, deu continuidade ao discurso falando sobre como a empresa desempenha o papel dela no desenvolvimento de estudos e projetos de obras de infraestrutura ferroviária. “Atualmente, o setor ferroviário brasileiro está muito aquém do que deveria, principalmente se comparado aos outros países. Nosso objetivo é prospectar novos negócios a partir das experiências vividas, buscando integrar e ampliar essa matriz”, disse.

Na sequência, representantes da Rumo, MRS e VLI, abordaram o trabalho desenvolvido na oferta de serviços ferroviários. A Rumo, por exemplo, administra cerca de 14 mil quilômetros de ferrovias nos Estados de Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás e Tocantins. “Um dos nossos grandes destaques é o transporte por contêiner, que cresce de 30% a 40% ao ano”, contou Guilherme Penin, Diretor Regulatório da empresa.

Já Guilherme Mello, Presidente da MRS, destacou o desafio imenso da companhia em desenvolver velocidade no transporte por trem, afinal, ela administra uma malha ferroviária de 1.643 km nos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, trajeto que possui muitas interrupções. Como mensagem final, Mello mencionou que ainda há muito trabalho a ser feito, mas que certamente há espaço e oportunidade para que a participação do setor ferroviário cresça de 16% para 30%, como prevê o Ministério da Infraestrutura.

Para encerrar o primeiro painel do Seminário, Fabiano Lorenzi, Diretor Comercial da VLI, contou que a companhia nasceu a partir da identificação da ineficiência do transporte de grãos no país. “De 2013 até 2019, investimos 9 bilhões de reais para estruturar esse sistema de exportação de grãos, entre outros trabalhos, e podemos afirmar que o investimento em infraestrutura realmente traz um retorno significativo para a sociedade de maneira geral”, concluiu.

Quem deu o ponta pé inicial no segundo painel, sobre “Projetos Ferroviários para o Estado de São Paulo”, foi Alexandre Baldy de Santana Braga, Secretário de Transportes Metropolitanos do GESP. Ele falou sobre a segregação de vias, proposta para poder liberar, à medida que forem sendo entregues, 120 km de linhas para uso exclusivo da CPTM, além de permitir a implantação do Trem Intercidades (TIC), que ligará São Paulo às regiões de Campinas, em uma via exclusiva. “Defendemos com exclusividade a segregação de vias no aproveitamento de malha existente”, declarou.

Em seguida, Rodrigo Sarmento Barata, Coordenador de Estruturação de Projetos da Secretaria Executiva de Parcerias do GESP, contou como a subsecretaria de parcerias está atuando nos projetos sobre trilhos para melhorar aspectos como o diálogo com a iniciativa privada. “Em fevereiro, definimos 21 projetos ferroviários prioritários para o Estado, com destaque para os projetos das Linhas 8 e 9 da CPTM e do trem intercidades”, disse.

Por fim, Ana Beatriz Figueiredo de Castro, Especialista em Transportes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), destacou como a organização financeira está apoiando os projetos ferroviários do Governo. “Até agora, estamos financiando o Plano Diretor de Mobilidade da Macrometrópole e apoiando a estruturação do TIC no Eixo São Paulo – Campinas e na concessão da linha 7 da CPTM”, pontuou.

Vale, MRS Logística, Marcopolo Rail e TSEA Energia estão entre as empresas que apresentaram trabalhos técnicos

Para além das sessões, os trabalhos técnicos também fazem parte da programação da 25° Semana de Tecnologia Metroferroviária. No dia 05 de setembro, profissionais da MRS Logística conduziram apresentações sobre o ensaio para análise classificatória dos alarmes de wayside através da abordagem ANFIS, aplicação de tecnologias disruptivas em um Centro de Controle de Manutenção Ferroviária, sistema embarcado de termovisão e reconstrução de imagens, entre outros.

Marcos Torre, da VALE, apresentou um trabalho sobre o “Desenvolvimento de sistema para identificação e alerta de restrições de segurança na via permanente”, enquanto Paulo Benites, da TSEA Energia, falou sobre “Compactação de Subestações com Tecnologia GIS” e Petras Amaral Santos, da Marcopolo Rail, abordou a mobilidade integrada e sistemas de mobilidade.

A grade completa de apresentações deste e de outros dias do evento pode ser conferida aqui.

Serviços

25ª Semana de Tecnologia Metroferroviária
Data: 03 a 06 de setembro de 2019
Local: Hotel Matsubara (Rua Coronel Oscar Porto, 836 – Paraíso, São Paulo)
Sobre a AEAMESP
A Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô (AEAMESP), fundada em 14 de setembro de 1990‏, é uma entidade de fins não econômicos que agrega engenheiros, arquitetos, geólogos, devidamente registrados nos Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia (CREAs) e nos Conselhos de Arquitetura e Urbanismo (CAUs), bem como outros profissionais de nível superior.

A AEAMESP realiza anualmente, em São Paulo, a Semana de Tecnologia Metroferroviária, desenvolve ações de natureza técnica, tecnológica e com entes federativos no âmbito municipal, estadual e federal, visando o fortalecimento do setor e promove atividades esportivas, recreativas e sociais.

Informações para a imprensa:

ADRIANA ROMA
adriana@haproposito.com.br
skype: adriana-roma
+55 (19) 9 9816-6272

LETICIA MILARÉ
leticia@haproprosito.com.br
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