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Uma conversa sobre saúde mental e prevenção do suicídio

No dia 8 de março de 2022, a partir de 19 horas, realizou-se o evento virtual ao vivo intitulado Saúde Mental, organizado pelo Metrus – Instituto de Seguridade Social, programa Metrô Social, da Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô, Governo do Estado de São Paulo e AEAMESP.  Os trabalhos foram abertos pela presidente do Metrus, Alexandra Leonello, e tiveram a participação do arquiteto André Mazzucatto, representando o Metrô Social e a AEAMESP.

Major Diógenes Munhoz

Houve uma conferência inicial do major Diógenes Munhoz, Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo. Ele sublinhou que a única maneira de haver redução nas estatísticas de atendimento a casos de suicídio é falar sobre prevenção de suicídio. “E quando nós falamos a respeito de prevenção de suicídio, estamos inevitavelmente falando sobre saúde mental”, disse, acrescentando ser esse um tema de difícil abordagem em razão do preconceito que o cerca – preconceito em relação à pessoa que necessita do tratamento, mas também em relação à prevenção, ao próprio tratamento e ao pessoal que trabalha nessa área.

Ele comentou que se pedisse para alguém completar a frase “Psiquiatra é médico de…”, muitos completariam com palavras como “louco”, “maluco”, mas isso está errado, dado que, efetivamente o psiquiatra “é médico de gente” que precisa do tratamento.

IMPORTÂNCIA DO TRATAMENTO

O major Diógenes Munhoz destacou a Importância do tratamento. Disse que inevitavelmente, quando não se faz o tratamento correto, com o passar dos anos, é possível que a situação da pessoa leve ao fenômeno suicida.

Explicou que o fenômeno suicida não é ligado a um só fator, ou somente a um fato que tenha aconteciso na vida de uma pessoa. “Para se ter um fenômeno suicida, concorrem fatores endógenos – como depressão, ansiedade, o transtorno ‘borderline’ (que leva a alternâncias de estado da euforia a um sentimento intenso de raiva, por exemplo), ‘burnout’ (ou Síndrome do Esgotamento Profissional) – somado a fatores exógenos – como a demissão do emprego, a perda de uma pessoa querida, a perda de um modelo de vida ou outro”.

Ele usa a imagem de uma fórmula matemática para mostrar como a situação torna-se grave ou pode ser atenuada. No exemplo, os fatores endógenos e exógenos que acometem a pessoa são multiplicados pelo tempo e deve ser dividido pelo tratamento. “Quanto maior for o denominador dessa fórmula, menor vai ser o numerador. Ou seja, quanto mais a pessoa se tratar, menor vai ser a possibilidade de que se tenha um ato contra sua própria via. O tratamento é a única forma de evitar um caso de suicídio”, disse, acrescentando que, nos vários  casos de suicídio que acompanhou, constatou que, além da dor, o que as pessoas tinham em comum é que estancaram seus tratamentos.

CENTRO DE VALORIZAÇÃO DA VIDA (CVV)

O Centro de Valorização da Vida (CVV) esteve representado no evento virtual por Míriam Martin Oliveira. Ela disse que o Centro de Valorização da Vida foi fundado em 1962 por seis jovens que acreditavam que falar sobre seus problemas, sentimentos e aflições era a melhor solução para que uma pessoa evitasse o suicídio e quisesse continuara viver. “Em 1º de março de 1962 foi recebido o primeiro telefonema. Hoje há quase quatro mil voluntários em mais de 110 postos no Brasil todo”.

A instituição também mantém em São José dos Campos/SP o Hospital Francisca Julia, inaugurado em 1972, que atende pessoas com transtornos mentais e dependência química.

“Atendemos por telefone; em 2018 o número do CVV – 188 – virou nacional. Acreditamos que precisamos nos colocar no lugar do outro e que essa escuta que fazemos no CVV – escuta compassiva –ajuda muito as pessoas”, disse.

Ela prosseguiu: “O CVV é um serviço realizado por voluntários, que se colocam à disposição de todas as pessoas que ligam. Trabalhamos sem preconceitos, num ambiente de acolhimento. Atuamos para valorizar a vida, contribuindo para que as pessoas tenham uma vida plena. Assim, fazemos a prevenção do suicídio”.

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